Isaías 33:20-22: “Olha para Sião, a cidade das nossas solenidades; os teus olhos verão a Jerusalém, habitação tranqüila, tenda que não será removida, cujas estacas nunca serão arrancadas, nem rebentada nenhuma de suas cordas. Mas o SENHOR ali nos será grandioso, fará as vezes de rios e correntes largas; barco nenhum de remo passará por eles, navio grande por eles não navegará. Porque o SENHOR é o nosso juiz, o SENHOR é o nosso legislador, o SENHOR é o nosso Rei; ele nos salvará.”
Darei continuidade ao estudo sobre os fundamentos que geram a estabilidade e a abundância de Deus. Lembra-te, meu amado, lembra-te, minha amada, que o que acabamos de ler são palavras proféticas que recebemos como parte desses fundamentos.
Já aprendemos sobre estabilidade, já ouvimos Deus falar sobre a abundância, já aprendemos sobre Sabedoria, Conhecimento e temor do Senhor. Então, agora, damos mais um passo para entendermos a profecia do capítulo 33 do Livro do Profeta Isaías.
O povo hebreu estava em grandes aflições porque estava sob o ataque do rei da Assíria. No meio dessa confusão, Deus promete, dizendo: ‘Olha, Eu darei estabilidade e abundância.’ Agora, o Senhor continua: “Olha para Sião, a cidade das nossas solenidades; os teus olhos verão a Jerusalém, habitação tranqüila, tenda que não será removida…”
Quando preparava esta mensagem, parei para meditar nas palavras proféticas: Habitação tranqüila, tenda que não será removida, estacas que não serão arrancadas, nenhuma das cordas arrebentadas… Então, percebi que essas promessas me davam firmeza, consistência, pois, essas palavras, hoje, são dirigidas à Igreja, a cada um de nós. A tenda cujas estacas e cordas nunca serão arrancadas é a nossa vida alicerçada no que temos lançado durante todos esses anos no Ministério Cristo Vive, e que ninguém pode destruir nem remover. Aquilo que esta sendo fundamentado no nosso coração não será arrebentado. Ou seja, Deus prometeu, além da abundância e da estabilidade, um tipo de firmeza que possui ligação com alicerces.
Diz a Palavra de 1 Coríntios 3:10: “Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor…”
A igreja de Cristo, até o Ministério do Apóstolo Paulo, não possuía fundamentos. A Igreja era ligada à Sinagoga e aos preceitos judaicos. Com o advento do pentecostes e da chamada de Paulo, finalmente, a igreja é fundamentada, passa a ter alicerces.
Quais são os alicerces, os fundamentos? Paulo vai adiante e diz: “Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo.”
Ninguém pode destruir ou arruinar uma vida que possui fundamentos. E o principal deles é o Cristo ressuscitado. Não mais a lei de Moisés, ou os rudimentos das coisas fracas e inúteis da lei, ou o ministério de condenação e de morte, mas sim, a Palavra viva e eficaz do Novo Pacto de melhores e superiores promessas.
Uma pessoa que está fundamentada na Graça de Deus não tem as suas estacas arrancadas nem as suas cordas quebradas.
Paulo disse aos Efésios 2:19-22: “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito.”
Estamos edificados sobre aquilo que os profetas disseram, sobre os fundamentos sólidos. São esses fundamentos que geram uma vida com cordas esticadas e estacas fincadas.
Amado, a idéia que muitas pessoas têm, é que Deus é mesquinho, pequenino, mão fechada, “unha de fome”. Todavia, Deus mantém as Suas mãos estendidas e Seus ouvidos atentos. Para quem recebeu a profecia de Isaías 33, Deus lhe será grandioso. Deus nos será grandioso e fará “as vezes de rios e de correntes largas”, ou seja, o Senhor trará abundância, suprimento e provisão total. Nenhum inimigo terá vez na nossa vida, nada hostil prosperará na vida de quem recebeu essa profecia.
O Salmista já havia dito algo parecido com o que disse Isaías. Olha que lindo esta Palavra. Salmo 46:4: “Há um rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo.” Esse rio é a unção de Deus, é o mover do Espírito de Deus na Sua Igreja, nas nossas vidas. “Rio” denota água, que significa provisão, abundância. Há um rio de Deus correndo e fluindo na nossa vida. Diga: ‘Glórias a Deus!’
A profecia de Isaías 33:19-22 nos mostra que é Deus quem garante a justiça reta em nossas vidas. Eu creio que enquanto andarmos nesta terra, a segurança será total na vida daqueles que têm uma aliança com Deus.
Sofonias 3:15 diz: “O SENHOR afastou as sentenças que eram contra ti e lançou fora o teu inimigo. O Rei de Israel, o SENHOR, está no meio de ti; tu já não verás mal algum.”
Aquilo que poderia ser uma sentença jurídica que nos prejudicaria, ou a sentença de um diagnóstico sombrio, ou um prognóstico amedrontador, foi afastado por Deus.
Talvez tu perguntes: ‘Mas como posso ter a certeza de tudo isso? Como posso entender que essas profecias tão intensas, tão profundas, tão amplas, são realidade na minha vida?’ Amado, estamos tratando aqui de uma questão de Fé, de uma certeza que é dada única e simplesmente pelo Espírito de Deus. Eu tenho essa convicção, creio, recebo e desfruto da Palavra de Deus.
Jesus, em Lucas 18:7-8, diz assim: “Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los? Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?”
Estamos transmitindo um ensinamento que é baseado na Fé que nos encoraja, e que muita gente não entende. Por quê? Porque muitos pregadores falam de alvos da Fé somente para ganhos pessoais. Há pessoas que só entendem da Fé como instrumento para atender necessidades pessoais, como se Deus só atendesse a questão material ou provisional. É claro que Deus quer ver um povo aguerrido, que chama à existência o que não existe e que se reúne para orar. Mas Deus deseja ver manifestada no Seu povo uma outra confiança na Fé. Não apenas para o ganho material, mas, também, que tenha um aspecto espiritual muito forte.
Nós temos o dom da Fé, mas a confiança no dom nasce de uma vida íntima com Jesus. Por quê? Porque a Fé que não tem obras não é Fé. Tiago disse isso em Tiago 2:17: “Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta. Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé.”
Qual é a obra principal da Fé? Paulo disse aos Efésios 2:10 uma coisa maravilhosa. Olha só : “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.”
Há boas e más obras. Se tu te puseres a lamber o pó do chão, a rastejar de joelhos, estarás realizando uma má obra. Agora, as boas obras são aquelas que Deus preparou de antemão. Nessas boas obras está incluída uma vida íntima com Jesus.
Em Hebreus 11 estão exemplos de Fé extraídos do Antigo Testamento. Quando lemos os feitos e milagres que os heróis da Fé alcançaram, damo-nos conta de que todos eles eram homens que tinham uma vida de profunda intimidade com Deus. Sem vida profunda de intimidade com o Senhor não há fruto.
Em Hebreus 11:6 diz a Palavra do Senhor: “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam.” Deus dá galardão, especialmente àquele que se aproxima com convicção, que não duvida, que não suspeita, que crê no duro.
Devemos buscar a Deus. Buscar a Deus é ter uma vida de intimidade com Ele, é ter uma vida de oração ardente, é uma vida de comunhão a sós com Ele. Aquele que O busca, deseja a Deus mais do que qualquer outra coisa na vida. Eu gostaria que tu desejasses a Deus mais do que qualquer outra coisa na vida.
Vamos, então, ver alguns casos maravilhosos de fundamentos.
O primeiro está em Hebreus 11:4: “Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio dela, também mesmo depois de morto, ainda fala.”
O que o sacrifício de Abel tem a ver com vida íntima com Deus? Abel não trazia só ofertas para Deus. Ele fazia excelentes sacrifícios, ele trazia ofertas continuas que tinham a aprovação de Deus. Olha o que diz Gênesis 4:4: “Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o SENHOR de Abel e de sua oferta;”.
Por que gordura? Em Levítico 3:16 explica: “E o sacerdote queimará tudo isso sobre o altar; é manjar da oferta queimada, de aroma agradável. Toda a gordura será do SENHOR.”
O que era a gordura, quando queimada? Era a parte do sacrifício que levantava o aroma.
Quando passas numa rua e sentes o cheiro do churrasco é porque a gordura da carne caiu na brasa e levantou o “aroma suave”, o “perfume”.
Diz o versículo 17: “Estatuto perpétuo será durante as vossas gerações, em todas as vossas moradas; gordura nenhuma nem sangue jamais comereis.”
O que isso quer dizer? Que existe uma parte da nossa vida que levanta um “perfume”, que levanta um “aroma”, que levanta algo que Deus gosta e diz: ‘Isso é Meu!’ A “gordura” tipifica a vida de oração, a nossa comunhão com Deus, o Ministério pessoal que cada um tem, o nosso lugar secreto. A oração sobe como “perfume”.
O Livro do Apocalipse mostra esse perfume de outra forma. Apocalipse 5:8 diz: “e, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos,”.
Quando tu vês alguém queimando incenso, sentes o perfume, o aroma que se espalha em todo lugar. As nossas orações são as nossas gorduras para Deus, são o incenso que sobe à presença de Deus. Aliás, o salmista já havia dito isso no Salmo 141:2: “Suba à tua presença a minha oração, como incenso, e seja o erguer de minhas mãos como oferenda vespertina.”
Abel tipifica o servo que possui comunhão com Deus. Por ele ter oferecido gordura, ofereceu o melhor. Nós devemos dar o melhor para Deus, devemos dar o melhor do nosso tempo para Deus, devemos dar o melhor do nosso horário para Deus, devemos dar o melhor da nossa oração para Deus, devemos gastar a melhor qualidade de tempo, devemos deixar que Deus receba o nosso “incenso”, a nossa “gordura queimada”, a nossa oração.
Agora, vê o irmão de Abel. Caim não ergueu um altar para Deus e não fez sacrifícios de animais. Em Gênesis 4:3 diz: “Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao SENHOR.”
Não havia óleo, não havia perfume, não havia incenso, não havia trocas, não havia o permanecer na presença de Deus, não havia comunhão da parte de Caim. Ou seja, Caim não possuía intimidade com Deus. Aliás, ele era filho do maligno, logo, não podia ter tal intimidade.
Muitos cristãos agem como Caim: não sentem o desejo de levar uma vida íntima com Deus, querem apenas a bênção, querem que Deus os prospere, mas não buscam a Sua face, não O desejam ardentemente, não anseiam pela comunhão íntima, não sentem vontade de permanecer no altar como Abel fazia.
Quero te encorajar mais uma vez, porque estou resolvido a dar ao Senhor o tempo que Ele quer de mim para a Sua comunhão, anseio ouvir Deus falando comigo, quero fazer como fazia Abel. Abel queimava gordura e trazia ofertas excelentes.
Tu deves perguntar ao Senhor: ‘Quanto tempo queres ficar comigo, Deus? Queres que eu fique uma hora? Queres que eu fique duas? Queres de manhã? Queres à noite? Senhor, estou aqui para oferecer-Te um excelente sacrifício.’
O outro personagem do qual quero falar está em Hebreus 11:5 “Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte; não foi achado, porque Deus o trasladara. Pois, antes da sua trasladação, obteve testemunho de haver agradado a Deus.”
Estamos perante um segundo personagem bíblico extraordinário: Enoque. As pessoas que o conheciam diziam: ‘Este homem agrada a Deus!’ A sua comunhão era tão intima, que o Senhor o trasladou. Ele não viu a morte, Deus o chamou para a Sua Glória.
Enoque começou a ter comunhão com Deus aos sessenta e cinco anos e viveu trezentos anos. Dos 65 aos 365 anos ele teve tanta comunhão com Deus que foi arrebatado. Deus não esperou o dia de sua morte.
Enoque nunca fez um milagre, nunca pregou um sermão preparado teologicamente, mas, diz em Gênesis 5:24: “Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para si.”
Enoque possuía intimidade, comunhão íntima, conhecia a Voz de Deus, passava tempo a sós com Ele. Enoque agradava a Deus. Nós agradamos a Deus com a nossa vida de oração, com a nossa vida de comunhão com a igreja, quando dissemos: ‘Senhor, Tu estás em primeiro lugar. Não terei medo de ser dizimista, farei o melhor.’
Há um terceiro personagem bíblico do qual quero te falar. Diz a Palavra do Senhor em Hebreus 11:8: “Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia.”
Abraão, nosso pai na Fé, é um dos personagens bíblicos que me encanta, porque Deus fez algo extraordinário com ele. Vê o que diz em Isaías 41:8 “Mas tu, ó Israel, servo meu, tu, Jacó, a quem elegi, descendente de Abraão, meu amigo,”. Deus chamou Abraão de “Meu amigo”.
Como uma pessoa chama outra de amigo? Por que só se falam por telefone, ou se vêem uma vez por ano? Não! O Senhor o chamou de amigo porque ele possuía uma grande intimidade com Deus.
A palavra “amigo”, do original grego, é muito interessante. “Amigo” significa: “Alguém que tem afeição, que tem proximidade, que tem intimidade, que é aliado, que é querido e é próximo”. Abraão era tão íntimo, tão afeiçoado, tão aliado, tão querido de Deus que foi chamado de “Meu amigo”. Lê Tiago 2:23.
Olha, eu não quero outra coisa na vida, a não ser, ser chamado de amigo de Deus. Agora, só pode ser amigo de Deus quem mantém uma relação íntima com Jesus, quem O vê como único fundamento real da vida. Quero oferecer ofertas excelentes ao Senhor, quero manter uma intimidade com Deus, exatamente como Abel, Enoque e Abraão.
Diz Hebreus 11:10: “porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador.”
Abraão era tão íntimo de Deus que ele não possuía raízes fundamentadas no mundo. Ele guardava a cidade, sabia que estaria com Deus.
Um outro detalhe da vida de Abraão é que ele foi um homem que teve uma vida terrena como nós temos. Ele fazia negócios, era dono de milhares de cabeças de gado, tinha servos e servas que formavam um batalhão de gente à sua volta, era um homem muito ocupado, enfim, tinha grandes responsabilidades. Mas, a despeito de tudo isso, o dinheiro não lhe subiu à cabeça, nem a riqueza se tornou o seu deus. A despeito de tudo isso, ele achava tempo para ser íntimo com Deus. Era rico, próspero, mas nada disso desviava a sua atenção de Deus.
Amado, nada no mundo pode substituir o nosso amor por Deus. E é na vida de oração e quando não fugimos da intimidade com Ele que nos tornamos grandes amigos de Deus. Nada pode nos desviar da atenção a Deus. É na vida de oração que começam os grandes milagres, que se iniciam as coisas mais importantes da vida, que nasce a nossa insatisfação com o mundo. Sem intimidade, a confiança na Fé está morta.
Eu vou te dizer uma coisa. Por favor, aceita o que vou te dizer como algo que um pai diz a um filho. Não arrumes mais desculpas e explicações para não teres uma vida de oração. Não arrumes mais desculpas! Quanto mais desculpas tu arrumas para a tua falta de comunhão com o Senhor, mais o diabo te lança dardos, e deixas de desfrutar do que Deus está fazendo.
Uma das coisas que rouba a comunhão com Deus e que faz as pessoas não terem um altar, não quererem “queimar incenso”, não quererem amar de verdade, não quererem ouvir a Voz de Deus, é a televisão. Isso é engraçado, mas é realidade. Quantas vezes as pessoas deixam de orar ou de ir à igreja porque estão presas a novelas, mini-séries, programas de auditório etc?
Estar em oração e ter vida as sós com Deus não devem ser mais enfadonhos, nem trabalhosos. Devemos aguardar ansiosos pela comunhão com Deus. Isso é Fé viva.
Provérbios 23:18 diz: “Porque deveras haverá bom futuro; não será frustrada a tua esperança.”
Tens responsabilidades com os teus filhos, com o teu cônjuge, com a tua família, com a tua casa, contigo mesmo de seres uma pessoa de oração. Começa, hoje, uma vida de oração. Que bom se tu ouvires Deus dizer: ‘Tu és Meu amigo!’
ASSIM SEJA, ASSIM DISSE O SENHOR!
Teu Apóstolo, irmão e amigo, Miguel Ângelo.